terça-feira, 16 de novembro de 2010

ELAS

que me cospem na cara e dão risada; que me amam, me odeiam, me largam e voltam. Sempre voltam! Elas que fracassam e me [e se] frustram; me frustram tanto que cada vez mais quero dominá-las, prendê-las, fazê-las minhas, só e tão minhas. Elas... que então não quero mais escravizar, o que quero mesmo é morar dentro delas, no exato tempo entre o pensar e o proferir . Elas que matam e eternizam, fazem nascer e crescer - ser. Elas que me mostram os caminhos, abrem e fecham as portas, fazem e desfazem os [meus e seus] sentidos, [des]construindo-os. Que me entregam, se entregam e denunciam tudo e todos a todos e tudo que há. Elas que, quando mal ditas são tão malditas. Elas, sem as quais eu nem estaria aqui, e que tenho gravadas pra sempre em meu corpo - feito tatuagem. As palavras, que desnudam e que me cospem na cara e dão risada; que me amam, me odeiam, me largam e voltam. Sempre voltam! Ainda bem.

Um comentário:

  1. Palavras... no espelho elas não se tornam sua antitese e sim completam sua tese, se bem usadas machucam bem mais que quando não usadas, vemos sempre as palavras jogadas e descartadas sem dar o real valor, sem saber o quanto elas significam, e significam bem mais que seus caracteres...

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