quarta-feira, 22 de setembro de 2010

domingo, 19 de setembro de 2010

Love will tear us apart, but There is a light that never goes out

Sabe aquele desmaselo e 'quero logo chegar em casa' de uma quinta-feira após a aula que foi maior do que o esperado? Comecemos.
Lá estava, esperando o ônibus, olhando para o nada, só sentindo o calor. De repente, não mais que de repente, ele aparece misteriosamente. Óculos escuros e camiseta preta do Joy Division.
- O quê?
Foi incrível. Eu estava com meus fones ouvindo The Smiths, e ele chega gritando Joy Division aos meus olhos.
Ele se sentou, carregava um livro relativamente grande, com letras vermelhas na capa, letras estas que não sei quais palavras formavam. Ele atendeu o celular, olhou pra mim. Nesse exato momento entrou um feixe da luz do sol pela janela do ônibus e iluminou seus olhos - eu os vi.
Ao fim do trajeto eu já sabia de cada detalhe: o jeitinho de se mexer, os cordões no braço direito, um mini-alargador na orelha esquerda. O sorriso de quem queria mostrar que estava ali.
Pensei nele o dia todo. Pensei nos caminhos que ele faz, nas músicas que gosta, nos livros que ele lê e nas cores que o constituem. Essa imaginação [não] além do comum foi suficiente para que no outro dia eu acordasse pensando nele.
Corro, super atrasada pra aula, e ao chegar ainda encontro um amigo que precisava de um favor. Ok. Meu corpo estava lá, mas a mente não. Não conseguia parar de pensar se iria vê-lo novamente - como, quando e onde. Então, acredite se quiser, olho pra trás inocentemente e o vejo vindo em nossa direção.
Olho pra frente denovo, respiro, já nem escuto mais o que meu amigo diz, crio coragem e o olho nos olhos - agora sem óculos escuros - e ele retribui, de um jeito muito cúmplice. Meu coração disparou e me odiei por não ter ido até ele e dito tudo que ensaiei no dia anterior.
Queria ter dito que, não consegui parar de pensar nele um momento sequer, e que as camisetas que antes eram azuis, agora são do Joy Division.


sexta-feira, 10 de setembro de 2010


Ela e o pai foram ao médico. Consulta de rotina pro tipo de pessoa que tem uma rotina louca. Na entrada, ele vai na frente, e ela, enquanto caminha atrás, tentando acompanhá-lo, se lembra do que tentou esquecer o dia todo, a semana toda. Os olhos ensaiam algumas lágrimas, e o pai senta deixando uma cadeira depois da dela. Aquele lugar vazio, o silêncio interno se opondo a frenética movimentação da sala de espera. O lugar que, provavelmente, não será ocupado tão logo. O pior, ou melhor, é que quem poderia ocupar aquele lugar nem ao menos imagina que ela esteja sofrendo por isso. Talvez ela só quisesse alguém pra alimentar um sonho maior, pra servir como motivação do trabalho árduo de cada dia que ela viveria até que o momento certo chegasse. Ela pensa em judeus, viagens, shows, madrugadas, mensagens de celular nas primeiras horas da manhã e camisetas azuis. Ela pensa buddy, pensa beloved. Ela pensa e se entristece a cada pensamento. Então ela se lembra de um inverno passado, e reflete: Que va-t-il faire de nos rêves? Mas, parece que os sonhos eram só dela. Então, seus sonhos estavam partidos e repartidos; quase dava pra tocar as fissuras. E agora? E a partir de agora? Qual será seu último pensamento do dia, a cor das camisetas e o DDD antes do número do telefone? A porta do consultório se abre. O médico chama o nome dela. Pode ser que seja um sinal, que veio pra mostrar que, querendo ou não, as portas se abrem. Ela entra e a consulta começa, mas, ao invés de pedir ao médico um remédio para o coração como tinha planejado, ela deseja que, ao sair, a mesma porta que causou todo esse mal entendido se feche.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Sobra tanta falta

De acordo com a psicanálise, quando somos bebês e somos separados da "mãe" pela Lei do Pai, quando somos separados desse Outro (Autre, en Français) que nos completa, nos sustenta e nos acolhe, acaba por existir em nós um buraco. A falta. A falta, o buraco que a Lei do Pai nos apresenta.
É importante dizer que necessidades são de ordem biológica e fisiológica, e não é disso que a pricanálise trata ao falar sobre a falta.
Ao sermos separados de nossas "mães" (uso aspas porque nos dias de hoje não é somente a mulher, mãe biológica do b
ebê que exerce esse papel), somos perpassados pela falta, por um buraco, e isso move nossos desejos, que se resignificam com o tempo.
Os desejos são provenientes do nosso Id [i
nconsciente]. Sua satisfação é sempre adiada e nunca atingida. Quando o sujeito não tiver mais desejos, morrerá. Os desejos são psíquicos e pertencem a ordem simbólica. Ao invés de se relacionarem com objetos concretos, o fazem com o fantasma ou fantasia: “o fantasma é, ao mesmo tempo, efeito do desejo arcaico inconsciente e matriz dos desejos atuais, conscientes e inconscientes” (CHEMAMA, 1995: 71).
Sobre o que Chemama nomeia 'desejos conscientes', Raul Seixas já dizia que "Gente nasceu pra querer." Então, falando especialmente de mim, querer é algo muito presente. Sempre inconstante, mas motivador. No impulso de querer tudo aqui e agora, me atrapalho, me resolvo, e continuo a querer sempre mais.



domingo, 5 de setembro de 2010

Open My Eyes - S.O.J.A

I open my eyes, each morning I rise
to find a true thought, I know that it's real
I'm lucky to breathe, I'm lucky to feel
I'm glad to wake up, I'm glad to be here

With all of this world, and all of it's pain,
all of it's lies, and all of it's let down
I still feel a sense of freedom
So glad I'm around

It's my freedom, can't take it from me
I know it, it won't change
But, we need some understanding
I know we'll be all right.

All right

The day I am gone, and the day that I leave
I'll never regret one minute of life
I've learned from the joy, I've learned from the tears
I've fought through the dark, now I see the light
Every tongue of everyone
in every state, of every land
has everything to be thankful for

It's my freedom, can't take it from me,
I know it, it won't change
but we need some understanding

'Cause I, I wait on you
'Cause you wait on me, so I wait on you.

I open my eyes, each morning I rise
to find a true thought, know that it's real
I can't tell you how, you can't tell me why
But living my life, is all I care
The burden can be, sometimes bigger than me
Sometimes stronger than me, and hard to bare
But I couldn't care less, no stress 'cause
Jah put me here.

It's my freedom, can't take it from me
I know it, it won't change
But, we need some understanding

I know you know
I wait on you
'Cause you wait on me
So I wait on you.

Pra ouvir, clique aqui. Musiquinha pra entrar no clima do show =D

Eu: - Vovó, em dezembro quero ir pro RJ assistir a um show.
Vovó: - Ah, daqueles que você assistiu em goiânia?
Eu: - Não. Dessa vez é um show de reggae.
Vovó: - Daqueles que tem umas trancinhas?
*Eu enchendo ela de beijos*

Vovó linda :D

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

(In) constância

Quero romper minha carne
Libertar minha consciência
Saindo de mim me tornar luz
Um comprimento de onda
Inconstante a vaguear
Cada segundo uma paisagem
Cada hora um novo amor
Viajar o mundo e poder ver tudo
Cortar o metal e não sangrar
Sem parada e sem objetivo
Se me foco perco o norte
Estática me inquieta
O novo, já é passado
Nem tive tempo de conhecê-lo
É a ânsia de conhecer
Junto ao medo de me prender
Um dia uma doce criança me disse:
- Porque você é...
Sendo assim inconstante
É só o que posso ser
Constantemente preso em mim
para assim não enlouquecer.

Por Descortinador Oculto - descortinando minha inconstância.