terça-feira, 2 de novembro de 2010

Cuidado


Ontem quando estava arrumando minha cama pra me deitar vi uma formiguinha no meu travesseiro. Dei-lhe um tapa e continuei a arrumar. De repente ela estava lá novamente, sobre meu lençol. Mandei-lhe a mão, já começando a estressar. E, adivinhem? Ela apareceu na cabeceira da cama, toda espuleta, andando freneticamente. Então, antes de jogá-la de uma vez por todas no chão, pensei no meu avô. Lembrei de todas as vezes que ele revistava a cama antes de eu me deitar, horrorizado com o fato de que poderia haver alguma formiguinha ali por perto que entrasse em um dos meus ouvidos durante meu sono. Era uma revista mais que especial, e não só nos tempos de criança - ele fez isso enquanto conseguiu. Sempre me alertava: Filha, não tem nenhuma formiga aí? Se tiver, mate ela! E eu até me irritava as vezes, mas sabia que era cuidado, da melhor espécie possível. Depois do momento nostálgico, tirei a formiguinha com delicadeza e me deitei teorizando sobre o quanto esse tipo de detalhe é corriqueiro, banal, e até tão pequeno, e em quanta falta faz quando não acontece mais; dói e causa saudade - o sentimento mais urgente que existe.

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