domingo, 19 de abril de 2009

Não gosto de best-sellers


É estranho. Mas tenho repulsa de me imaginar lendo um best-seller. Na verdade, é totalmente explicável.
Nada contra o livro em si, mas contra toda a atmosfera que gira em torno dele.
Adolescentezinhos eufóricos porque são intelectuais e estão lendo o livro do momento; pessoas que não entendem nada de literatura se achando o ban ban ban; o único assunto em qualquer lugar que eu vá. Os best-sellers nunca me deixam.
Penso em quem nunca teve oportunidade alguma de ler Manuel Bandeira, Drummond, Fernando Pessoa, e baseam o mundo em seus best-sellers.
É inconcebível ler um best-seller em algum lugar público, quando todos ao seu redor te imaginam mais um seguidor da moda. Tenho vergonha.
Pois bem. Eu, com todos as minhas armas contra best-sellers a postos, fui surpreendida.
Um dia qualquer no trabalho, vi sobre a mesa um livro com a capa muito interessante, que despertou totalmente a minha atenção: era em sua maioria, branca neve; uma árvore seca, desfolhada; uma forma humana vestida de preto, com um guarda-chuva vermelho sangue.
Me encantei pela capa, o mal estava feito.
Perguntei à minha amiga se o livro era dela, e, com a resposta afirmativa, pedi pra olhar mais de perto. Então sondei-a pra saber se ela já estava terminando de ler, pra que eu pudesse ler também, é claro. O instinto falou mais alto.
Ela ainda não estava acabando de ler, mas a minha vontade era tremenda. Como pôde uma capa fazer isso com o meu ego? Justo comigo? tsc tsc.
Dias e dias esperando, quando finalmente, o best-seller estava em minhas mãos.
Não vou mentir que, no início da leitura, tive vontade de abandoná-lo. A velha repulsa.
Mas, decidi continuar. E confesso que só parei pra postar aqui.
Liesel Meminger é uma menina de 11 anos que vive na Alemanha nazista, em tempos de guerra, e tem sua história contada pela Morte. Magricela, pernas finas, mas de personalidade muito forte, e (diga-se de passagem) está me conquistando aos poucos. Liesel foi minha companheira de fim de semana, e vai ser de feriado agora. Os textos acadêmicos que esperem, tenho que terminar de ler o best-seller.

2 comentários:

  1. Também tenho uma certa repulsa best sellers, da mesma forma que geralmente tenho por blockbusters.
    O máximo que eu cheguei a ler desse tipo de livro foi o Alquimista do Paulo Coelho. Mas sinceramente, não sei se teria saco para ler hoje em dia.

    Porém tenho que admitir que vira e mexe acabo sendo tomado de assalto por um filme da moda que acaba sendo legal.

    Acho que apesar de que a cultura de massa acaba trazendo mais coisa ruim do que boa, a gente também não pode esquecer que certas coisas até podem valer a pena.

    Abraços
    .

    http://solucomental.blogspot.com/
    http://ladobdiscotrash.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  2. Também não gosto, pelos mesmos motivos que você disse.Não acho normal e bonito uma pessoa se contentar com leituras tão medíocres e pré-fábricadas.Mas claro que há excessões, sempre há algo bom pra ser encontrado em meio a tanta coisa ruim que aparece.
    beijosmeliga

    ResponderExcluir