
Eu gosto de pessoas.
Gosto do cheiro, dos rostos, dos gostos, das cores.
Mas, tem dias que não.
Eu gosto de ficar sozinha.
Das minhas ações, movimentos, pensamentos; do meu cheiro, da minha suficiência.
Tem dias que só quero pegar qualquer livro do García Márquez e viver, numa tarde nublada ou chuvosa.
Tem dias que só preciso que Placebo cante as minhas canções solitárias, que o Morrissey me convença do que eu já sei, e que o Nenê Altro grite mil glórias aos meus ouvidos.
Tem dias que só quero imaginar; só quero falar não aos que me perguntam; só quero dormir, ou ficar com os olhos ardendo por falta de.
Tem dias que quero que ninguém se lembre de mim; e também não quero me lembrar de ninguém.
É, tem dias e dias que só quero ser eu.